História

António Costa, meu trisavô, era oriundo do norte do país donde veio para se  estabelecer em Elvas como comerciante no inicio do século XIX. Filho de agricultores, cedo decidiu aplicar os proventos dos seus negócios, na aquisição de prédios rústicos, com base nos quais, já no último terço do século constituiu uma importante Casa Agrícola. Nesse tempo, na área onde se situa a Quinta do Garro, era a vinha a cultura predominante. Porém, com a chegada da filoxera, em meados do século, a alternativa encontrada foi a substituição da vinha pelo Olival. Por isso até há poucos anos,  na Quinta do Garro e nas propriedades vizinhas era o olival que se constituía como o povoamento mais importante.

Uma parte da Casa Agrícola fundada pelo meu trisavô, que inclui esta quinta, viria a caber por herança a sua filha Eugénia Emilia, a qual por sua vez a legou á sobrinha, Guilhermina Amélia, minha avó paterna. Está por isso na família há cinco gerações.

A mancha de solos onde se situa a Quinta do Garro, assenta sobre uma formação calcárea profunda, rica em água, que lhe confere um potencial produtivo acrescido. É atravessada pela ribeira de Varche, pelo que para além da importância do seu olival, nela existem nogueiras seculares, e diversas árvores de fruto. A abundancia de água, armazenada em minas antigas confere-lhe um ambiente de frescura, pelo que era usada pela família como estância de veraneio em tempos idos. Dando corpo a um anseio antigo, com o apoio entusiástico e competente, de um bom amigo, o enólogo Nuno Cancela de Abreu, demos inicio há quatro anos a um projecto vitivinícola.

Regressámos por isso a 1883 e voltámos a plantar vinha. Assim já existem actualmente na Quinta do Garro 5,35 hectares de vinha, com as castas Syrah, Petit Syrah, Touriga Nacional e Alicante Bouschet, carinhosamente tratadas para produzir as uvas destinadas ao "Quinta do Garro", tinto.

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