O clássico do Alentejo
Há um Alentejo que não parece Alentejo. Não se encontram nele as tradicionais caraterísticas das planícies a perder de vista ou das estradas a rasgar direito os montados. Neste Alentejo, neste Norte Alentejo, o verde é mais verde. E mais fresco.
É um Alentejo altaneiro com uma fusão geológica cativante, com a Beira Baixa mesmo ali ao lado e que, ao mesmo tempo, aperta Portugal contra Espanha, do lado de lá. Trata-se de uma região de fusão, de transição, na qual existem a altitude e a amplitude térmica que criam, juntamente com uma composição de solos única, um dos terroirs mais exóticos do país para a maturação de vinhedos de primeira linha.
Na encosta da Serra de São Mamede, sobre um maciço de granito ergue-se um monte, rústico, e espraia-se uma vinha antiga, com mais de 100 anos. Localizada em Frangoneiro, nos arredores de Portalegre, em terras do Alto Alentejo, encontra-se a Tapada do Chaves, uma propriedade que dá origem a vinhos de qualidade reconhecida há quase 100 anos.
Com 60 hectares de terra e 32 de património vitícola, 23 dos quais de castas de uva tinta e nove hectares de castas de uva branca, a Tapada do Chaves localiza-se numa zona fortemente influenciada pela orografia (Serra de São Mamede) e pela cobertura agro-florestal que lhe confere um microclima específico e decisivo para a qualidade e tipicidade dos vinhos aí produzidos.
Tapada do Chaves
Associados a uma forte tradição familiar e a uma história de paixão e dedicação à terra, os vinhos Tapada do Chaves têm origem nas vinhas da propriedade que lhes dá o nome, com idades entre os 116 e os 113 anos, de onde provêm uvas tintas de castas como Trincadeira, Aragonez, Castelão, Tinta Francesa, Alicante Bouschet, Moreto e Grand Noir e uvas brancas das castas Fernão Pires, Arinto, Alva, Tamarez, Assario, Vale Grosso e Uva Formosa.
A sua história remonta ao início do século XX quando, no Frangoneiro, o senhor Chaves, plantou na sua pequena propriedade (Tapada) as primeiras vinhas, iniciando uma relação de paixão e de dedicação à terra.
Na Tapada do Chaves encontram-se duas das mais velhas parcelas de vinha do Alentejo, em produção, com registo nos passados anos de 1901(vinha velha tinta) e 1903 (vinha velha branca).
No final dos anos 80 do passado século, quando do reconhecimento de Portalegre como região de “Indicação de Proveniência Regulamentada” apta à produção de VQPRD (Vinhos de Qualidade Produzidos em Região Determinada) a par de Borba, Redondo, Reguengos e Vidigueira, conquistou um lugar privilegiado entre as marcas de vinho do Alentejo.
Foi também graças à excelência dos vinhos “Tapada do Chaves” e ao seu reconhecimento que se ficou a dever a afirmação do Alentejo enquanto região produtora de vinhos de qualidade que hoje mais que justificam a Denominação de Origem Controlada.
A adega permite aliar as tradicionais técnicas de vinificação às mais modernas tecnologias, garantindo qualidade e tipicidade aos seus vinhos. Pela sua estrutura e construção permite que a totalidade dos trabalhos seja feita por gravidade, evitando operações de bombagem excessiva, extraindo, com suavidade, da uva apenas o que beneficia o vinho.
Na sua cave estagiam, em barricas de carvalho português e francês, os vinhos tintos.